Teatro ARTEMANHA
AS
FAMÍLIAS FABULARES
SINOPSE: Baseada na fábula A
cigarra e a Formiga, “As Famílias Fabulares” conta uma
divertida história entre as famílias Cigarra e a Formiga, que discutem à
relação de consumo consciente da água.
PERSONAGENS
SR.
CIGARRÃO - ( Músico, que só vive tocando seu violão)
MÃE
CIGARRA - ( Esposa der Cigarrão )
CIGARRETE
- (Filha de Cigarrão)
CIGARRINHA
- (Filha de Cigarrão)
SR.
FORMIGONNE - (Chefe da família, vive do trabalho e de juntar alimentos.)
FORMIGÃO
– (Primo de Formigonne)
DONA
FORMIGA – (Dona da casa dos Formiga)
FORMIGUINHA
– (Filha estudiosa dos Formiga)
FORMIGA
FOFA – (Filha gulosa dos Formiga)
NARRADOR
– (Contador da historia)
CENA 1
NARRADOR – Vou contar para
vocês uma história interessante, que fala de uma família de grandeza
importante. É a luta pela vida do trabalho e do lazer, é a mistura com risadas
da labuta e do prazer.
Certa vez seu Formigonne
pela estrada caminhava tão cansado do trabalho, “foi num foi” ele parava.
SR. FORMIGONNE – Ai ai ai
que vida essa? Só sei trabalhar e juntar alimento, já passei por tanto canto,
tenho bom conhecimento. Minha vida é o trabalho, da fartura a privação, se num
saio pra comer fico sem comer na mão.
NARRADOR – Certo dia pela
mata, um encontro aconteceu, Formigonne caminhava, ele então reconheceu. Um
músico bem esperto metido a boêmio cantador. Era o Senhor Cigarrão tocando seu
violão, com jeito de aboiador.
Todos – (CANTANDO) Nessa
longa estrada da Vida, Vou correndo e não posso paraaaaaaar...
SR. CIGARRÃO – Olha só seu
Formigonne, que só vive pro trabalho, não sabe o que é cultura, troca alho por
bugalho.
SR. FORMIGONNE – É você
seu Cigarrão, um tremendo fanfarrão, vive pra cima e pra baixo tocando seu
violão.
SR. CIGARRÃO – Pois é seu
Formigonne, não me custa te falar. Vivo de cantarolar sem ter com quê me
preocupar.
SR. FORMIGONNE – Muito bem
seu fanfarrão. Pois estamos na fartura. Se avexe a juntar comida antes da noite
escura, pois você tem que saber que a vida é colorida, mas nem sempre é assim
que essa banda vai tocar, com fome tu vai ficar se comida te faltar.
SR. CIGARRÃO –
(cantarolando) Pois não tô nem preocupado, quero mesmo é ser artista, pra ser
capa de jornais e de famosas revistas.
NARRADOR – Cigarrão foi
logo embora, e deixou o seu recado, não queria trabalhar, já havia anunciado. De
repente Formigão foi ao seu primo encontrar, disse que era preciso água
economizar.
FORMIGÃO – Oh primo meu,
Formigonne, que prazer te encontrar! Eu preciso urgentemente poder te
comunicar.
Que os Cigarras não
entendem que estão danificando uma parte do planeta, só com água se acabando.
SR. FORMIGONNE – Como
então posso falar pra essa família maluca, pra água economizar e meter na sua
cuca? Pois um bando de teimoso é que eles todos são, desperdiçam a comida de
toda população.
FORMIGÃO – Formigonne
primo meu, quero muito te falar que a águia do planeta já está perto de faltar,
temos que urgentemente nosso planeta salvar.
NARRADOR – Formiguinha
estudiosa entra chamando atenção, e concorda com o primo cheio de educação.
FORMIGUINHA – É verdade
primo meu, temos logo que alertar para essa cigarreada que a água vai se
acabar. E se eles não entendem nada
podemos fazer, mas vamos de qualquer modo tentar compreender, pois família tão
maluca não se tem como aprender.
NARRADOR – Dona Formiga
orgulhosa entra chamando atenção. Encantada com a filha que aprendeu bem a
lição.
DONA FORMIGA – Muito bem
minha querida isso que é educação, uma formiga consciente da ecologia de
montão, todos temos que saber a nossa obrigação.
NARRADOR – A família
orgulhosa pela sua consciência, desperta logo uma intriga numa grande
penitencia. É a filha Formiga Fofa ciumenta e gulosa, acha que toda a família a
despreza e esnoba.
FORMIGA FOFA – (furiosa)
Como pode uma coisa dessas, encher a bola de Formiguinha? Só porque eu sou
gulosa sou sempre a coitadinha, qualquer dia vou sair de vez desse formigueiro
pra pegar o “mêi” do mundo e ganhar muito dinheiro.
DONA FORMIGA – Ô Fofinha
minha querida não precisa se afobar, estamos falando muito da água que vai
faltar, e dizer para as Cigarras que elas vão mendigar.
FORMIGA FOFA – Nada disso
minha mãe, eu ouvi bem a história, vi vocês elogiando minha irmã estudiosa, só
porque eu sou gordinha e um pouquinho preguiçosa.
SR. FORMIGONNE – Nada
disso minha filha, mas foi bom você falar, eu já vi de muitas vezes água você
derramar, pra lavar o seu cabelo sem nem economizar.
FORMIGUINHA – Isso mesmo
papaizinho, o senhor que tem razão, essa gasta a água toda, sabonete e sabão. A
passar o dia todo vendo a televisão.
NARRADOR – Dessa vez aconteceu
um babado diferente, criou uma confusão nenhum pouco inteligente, as formigas
começaram a brigar intensamente. Nisso, a Mãe Cigarra apareceu, ignorou aquela
cena, e ligou numa torneira e começou um dilema.
MÃE CIGARRA –
(cantarolando) Lavar roupa todo dia, que agonia... (2x)
CIGARRETE – Já chega minha
mãe, essa musica é de abusar, vira o dia com a noite somente a cantarolar.
CIGARRINHA – Canta
mãezinha, Canta mãezinha. O show não pode parar. Te ouvir me faz tão bem, me
faz bem o seu cantar.
MÃE CIGARRA –
(cantarolando) Lavar roupa todo dia, que agonia... (2x)
CIGARRETE – (irritado) Já
chega pelo amor de deus! Não tem uma canção mais chata pra senhora aqui cantar?
MÃE CIGARRA – (cantarolando) Como criança em seus braços, Eu me sinto um
rei de sangue azul
Gosto quando encosta em meu nariz e faz Bilu bilu bilu bilu.
CIGARRETE – Ta bom mãe, mas se é pra brincar, vamos brincar direito, a
senhora já canta ruim, ainda mais “sofrencia”, isso ninguém aguenta. O que pode
ser pior que isso?
FORMIGAS – (cantando) A muriçoca, çoca, çoca, çoca, çoca,çoca... (2X)
CIGARRINHA – Canta
mãezinha, Canta mãezinha. O show não pode parar. Te ouvir me faz tão bem, me
faz bem o seu cantar.
NARRADOR – Nessa hora tão sublime Cigarrão apareceu, e pra amenizar a
barra ele então compreendeu, que pra tudo ficar bem tinha que desabafar, e
falou do bom conselho que Formigonne foi lhe dar.
SR. CIGARRÃO – Atenção família
linda, hoje venho vos contar, que os Formigas bem certinhos vieram me
aconselhar, para procurar comida e pra deixar de cantar.
CIGARRETE – Ah papai, mas também dera, ter que ouvir mamãe cantar, só
dentro de uma caverna. Ela abusa todo mundo, nem é bom se comentar, repete mais
de mil vezes, desafina sem parar.
SR. CIGARRÃO – Filha minha
não seja chata, deixe sua mãe cantar, não tire o seu prazer pra ela não se incomodar,
ficar triste com remorso sem poder se expressar.
CIGARRINHA – Canta
mãezinha, Canta mãezinha. O show não pode parar. Te ouvir me faz tão bem, me
faz bem o seu cantar.
MÃE CIGARRA – (cantarolando) Como pode um peixe vivo viver fora d’água
fria?
Como pode um peixe vivo viver fora d’água fria?
FORMIGAS- (cantando) Como poderei viver? Como poderei viver?
Com as cigarras, com as cigarras,
com as cigarras gastando águia? (2x)
CIGARRETE – Ai meus ouvidos! Assim não pode ser, vou lavar a minha moto
para eu poder viver, pilotando o ano inteiro sem ter que ouvir mamãe, cantando
e desafinando destruindo o alvorecer.
NARRADOR – Nisso, Cigarrão falou:
SR CIGARRÃO – Não ligue pra ela meu amor, ela não sabe o que diz, quando
souber o valor de uma mãe ela vai ser mais feliz.
CIGARRINHA – Canta
mãezinha, Canta mãezinha. O show não pode parar. Te ouvir me faz tão bem, me
faz bem o seu cantar.
NARRADOR – Na casa de
Formigonne todo mundo se acalmava, fizeram todas as pazes, pois o amor se
encontrava. E ali logo do lado os Cigarras continuavam com a sua melodia e a
desperdiçar água. Formigão se enfureceu:
FORMIGÃO – Companheiro
cigarreiro, não se incomode eu falar, mas a água que tu gastas amanhã pode
faltar.
SR CIGARRÃO – Companheiro
Formigão não seja inconveniente, se importe com sua vida seja um pouco
inteligente, a água quem paga sou eu não seja tão penitente.
FORMIGA FOFA – Ah primo
Formigão larga a mão de ser chato, deixe os vizinhos livres pra pagarem o seu
pato, se a água lá faltar à gente vai ajudar.
FORMIGUINHA – Nada disso irmã
Fofa, eles lá que se previnam. Desperdiçam toda hora nem se quer se justificam,
vão ficar no prejuízo sem água pra beber, tomar banho e lavar, sua casa e sua
louça nem é bom ninguém falar. Ai então eu quero ver a razão do seu cantar.
FORMIGA FOFA – Minha irmã
não sei por que tanto ódio no coração, e não sei porque mamãe tem orgulho de
você; chata, insolente e besta não posso
compreender...
DONA FORMIGA – Nisso você
tem razão, não entendo como podes ter ódio no coração, vamos economizar, fazer
nossa obrigação.
NARRADOR – O tempo logo
passou e a crise apareceu, lá na casa dos Cigarras todo mundo lá sofreu.
SR. CIGARRÃO – Ai que dó
no coração! Não tem água pra beber nem pra outra obrigação.
CIGARRETE – Ai que tédio
não tem água na mangueira acabou antes de ontem e vai até sexta feira. Minha
moto fica suja e não tem como lavar, como vou sair no mundo sem ter água pra
tomar?
CIGARRINHA – Ai família
que chatice, não tem água no chuveiro, como lavar os cabelos, se tá seco o poço
inteiro?
SR. CIGARRÃO – Meu amor,
minha querida, me responda de uma vez. O que vamos fazer sem água por aqui?
MÃE CIGARRA e CIGARRAS – (cantarolando)
AH EU JÁ NÃO SEI O
QUE FAZER...
A ÁGUA ACABOU, VAMOS
FAZER O QUE? (2x)
AGORA É FALAR COM AS
FORMIGAS
SERÁ QUE ELES VÃO
AJUDAR?
ELES TENTARAM NOS
AVISAR...
E O QUE A GENTE FEZ?
SÓ IGNORAR.
AQUI NÃO TEM ÁGUA
AQUI NÃO TEM ÁGUA
AGORA FICOU TODO
MUNDO SEM ÁGUA... POR ISSO:
VAM, VAM, VAM, VAM...
VAMOS FALAR COM AS FORMIGAS.
CIGARRAS – Toc,Toc,Toc
FORMIGAS – Quem é? Quem é?
CIGARRAS – Toc,Toc,Toc
FORMIGAS – Abra a porta logo que
eu quero entrar, aqui são os cigarras, queremos água tomar.
CIGARRAS – A gente não vai
ajudar, quem mandou água gastar?
FORMIGA FOFA – Paaaaara
tudo. Como pode uma coisa dessas, o que custa ajudar nossos vizinhos?
FORMIGUINHA – Tudo que
eles querem é beber de nossa água, mas a gente avisou que eles iriam ficar sem
nada se não economizassem.
FORMIGONNE – Isso mesmo,
pra que serviu tanta cantoria? Agora quero saber como vão cantar fedendo a
gambá?!
CIGARRÃO – Pois é seu
Formigonne, bem que vocês avisaram, agora estamos sujos e sem água pra beber.
Só queremos um pouquinho pra gente sobreviver.
FORMIGAS –
Na-na-ni-na-não!
FORMIGA FOFA – Paaaaara tudo!
Como pode uma coisa dessas? Vamos ser menos egoístas, hoje são eles que
precisam da gente, amanhã pode ser a gente que precise deles.
FORMIGUINHA – Tudo bem,
você nos convenceu irmã fofa, nós vamos ajudar a cigarreada, mas com uma
condição. Nunca mais perturbem nosso juízo com essa cantoria desafinada.
FORMIGONNE – Isso mesmo, a
gente agradece.
NARRADOR – E assim tudo
acabou, e a paz enfim chegou. As famílias se uniram numa grande mansidão,
conviveram muito bem com amor e união. Os cigarras nunca mais perturbaram seus
vizinhos formigueiros. E viveram em harmonia todo dia o ano inteiro.
TODOS - E como em toda
fábula é preciso aprender, a lição de cada dia pra melhor sobreviver.
Essa água que tu bebes um
dia irá faltar... Como todo bom formiga:
Temos que economizar!
(FIM)