Durante a V Conferência Municipal de Educação da cidade de Lajes-RN,
ocorrida no dia 31-05-13 (sexta feira), a Eloy CIA de Teatro estreou de
forma surpreendente um trecho da peça Escola Brasil (Working in
progress) . A pouco menos de um mês o grupo teatral estreava “A Praça
Imaginária” quando na ocasião abordou a temática voltada a cidadania e
consciência ambiental, a peça no entanto abordou uma temática
extremamente crítica, porém, arrancou muita risada do público. Em
“Escola Brasil” não foi diferente, desta vez o grupo veio mais
determinado e mais solto pro trabalho performático, a temática base era
“Trabalho e desenvolvimento sustentável: Cultura, ciências, tecnologia,
saúde, meio ambiente; - Qualidade da educação: democratização do acesso,
permanência, condições de participação e aprendizagem”. Num período
menos que duas semanas foi possível conceber este trabalho.
Coordenado pelo Prof. Fábio Fernandes, a Eloy CIA de Teatro num processo
criativo essencialmente colaborativo, apresenta um extrato cênico
divertido, mas que aborda alguns momentos marcantes de uma sala de aula.
Durante esta montagem, vários questionamentos circundaram o limiar
critico do elenco, as perguntas frequentes eram justamente, ligadas às
carências que a escola brasileira apresenta quando referidas a
estrutura, permanência, aprendizagem, relação (Freiriana)
professor-aluno entre outros tópicos afins.
Com relação à aceitação do público, é notável a presença marcante do
riso – não o fácil e aleatório- mas o riso critico proposto por Bertolt Brecht*.
Aquele no qual o sujeito sorrir de sua própria crise, e reflete o
problema social de maneira obvia. Optar por um teatro com princípios
épicos faz de “Escola Brasil” uma reflexão extremamente critica acerca
da relação docente-discente. Segundo o Prof. Fábio Fernandes – “O teatro
é sem duvida um meio de fazer o outro pensar e repensar as dores
cotidianas, uma vez que o sujeito se torna critico menos romântico (do
modo clássico do termo) e mais independente através do seu ser
questionador” e também reforça – “É mais que prazeroso expressar num
palco, através de um corpo emprestado a um personagem, o que queremos
muito dizer pessoalmente e não temos coragem muitas das vezes... Ou
seja, teatralizar esse fazer/dizer é dar espaço ao livre modo de pensar o
caso”.
Na oportunidade tivemos duas estreias; Luiz Felippe (6ºB) e Alvaro (E.E
Olimpio Procópio - EJA). Além destes, a Eloy CIA de Teatro tem em seu
elenco: Thomas Erick, Tallita Raylha, Yan Phelipe, Maria Eduarda,
Wanderson Gilberto, Ingride Sabrina e Fábio Fernandes na direção geral. O
grupo tem o intuito de agregar novos alunos dispostos a ingressar no
processo de iniciação teatral promovido pela Secretaria Municipal de
Educação e Cultura na nossa escola (Eloy de Souza).
Sinopse:
Escola Brasil: Num grupo escolar obsoleto, uma sala de aula é
configurada desde a chegada de possíveis estudantes rurais em condições
precárias à sala de aula até suas (DES) venturas no berço do
conhecimento. Neste espaço multifacetado o professor semianalfabeto
tenta ludibriar os alunos até então leigos e cheios de dúvidas. Estes
viajam a um passeio de campo pra visitar a Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, porém, esquecem Zé; um aluno com necessidades especiais
(cadeirante) que não é compreendido nem pelo professor muito menos
pelos colegas de classe. A precariedade da sala de aula, no entanto,
instiga os personagens a não apenas criticar diretamente as mazelas
estudantis, mas, sobretudo divertir-se com suas limitações desde
aspectos estruturais às características psicológicas e culturais.
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